Desgarrada com Lucilia do Carmo e Fernando Farinha
Lucilia do Carmo e Fernando Farinha
”
Fernando Farinha
Vivi no Bairro da Bica ao principio da Ladeira, numa casinha que fica a dois passos da Ribeira
Lucília do Carmo
Três coisas fazem vibrar, a alma do Zé Povinho, a Trindade popular, Guitarra, mulheres e vinho.
Fernando Farinha
Foste ao Xafariz da Bica, Roubei-te um beijo depois, A água que bebeste, matou a sede dos dois,
Lucília do Carmo
Os beijos que tu me deste, vendio-os todos a peso, na rua do esquecimento, no Armazem do desprezo
Fernando Farinha
Eu queria ser a ribeira, onde o peixe vais comprar, para te ver a vida inteira, para mim a caminhar
Lucília do Carmo
Canta-se o fado bairrista, há cor, há vida, emoção, e Portugal que é fadista, sente-o no seu coração”
Fados por Lucília do Carmo e Fernando Farinha – RTP Memória
Para recordar dois grandes fadistas
Lucília do Carmo é unanimemente considerada uma das maiores fadistas do século XX. Nascida em Portalegre em 1920, veio para Lisboa quando tinha 5 anos.
Tendo-se estreado como profissional aos 17 anos, depressa se tornou uma das fadistas mais aclamadas de Lisboa.
Depois de ter atuado no estrangeiro, abriu em Portugal uma casa de fados no Bairro Alto, onde passou a atuar quase até falecer em 1999. É mãe de Carlos do Carmo.
Fernando Farinha nasceu no Barreiro em 1928, e é só com 8 anos que vem morar para o Bairro da Bica, em Lisboa. No ano seguinte, canta pela primeira vez num concurso e fica conhecido como “o miúdo da Bica”. Com a morte do pai lança-se aos 11 anos para o profissionalismo. Passa então a cantar nas casas de fado portuguesas e estrangeiras, a gravar discos e a atuar nas rádios, tornando-se um dos fadistas mais amados da sua geração.
Realizado por Herlânder Peyroteo em 1962, Lucília do Carmo e Fernando Farinha interpretam vários fados com crianças a assistir.
in RTP Memória
Ficha Técnica
Título Original: Fados por Lucília do Carmo e Fernando Farinha
Realização: Herlânder Peyroteo
Ano:1962
Veja o filme da vida de Fernando Farinha
O Miúdo da Bica (1963) – Filme Completo
A vida de Fernando Farinha, desde miúdo em que fugia da escola para cantar o fado, e a condescendência dos progenitores, embora aspirando a que ele tenha um emprego “honesto”.
Lucília do Carmo é unanimemente reconhecida como uma das maiores estilistas do fado do século XX. Contudo, ironicamente, poucos sabem que esta cantora identificada para sempre com a canção popular de Lisboa é natural de Portalegre, onde nasceu em 1920, embora a família se tenha radicado em Lisboa quando Lucília tinha cinco anos.
O potencial da sua voz foi reconhecido ainda a cantadeira era adolescente e, com 17 anos apenas, estreou-se como profissional no Retiro da Severa, por intermédio de outra figura grande do fado da altura, Filipe Pinto. Em breve Lucília do Carmo era uma das fadistas mais afamadas da capital, actuando nas principais casas de fado, e chegando inclusive a atingir grande popularidade no Brasil, onde residiria durante cinco anos.
Regressada definitivamente a Portugal em 1947, Lucília do Carmo abriria a sua própria casa de fados no Bairro Alto. A Adega da Lucília tornar-se-ia histórica, sobretudo depois de o marido da cantora, Alfredo de Almeida (empresário com grande importância no desenvolvimento da sua carreira), sugerir uma mudança de nome. Nascia assim o Faia, que se tornaria em ponto obrigatório de passagem para os amadores de fado, tal a qualidade do elenco que Lucília do Carmo atrairia para ali actuar (Alfredo Marceneiro, Carlos Ramos ou Tristão da Silva foram apenas alguns dos nomes que lá cantaram). A direcção do Faia seria posteriormente assumida pelo filho da cantora, Carlos do Carmo (ele próprio fadista de grande mérito), depois do falecimento de Alfredo de Almeida. Relativamente avessa ao estúdio – deixou poucos discos gravados, embora esses poucos sejam obras essenciais do fado, como Maria Madalena ou Foi na Travessa da Palha – Lucília do Carmo retirou-se da música na década de 80. Faleceu em 1999 após doença prolongada.
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